25 abril. Maioria dos partidos apoia celebração na AR

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues (PS), quer manter o Parlamento como lugar central das celebrações do 25 de Abril - e vai consegui-lo, apesar da pandemia covid-19.
Ouvidos pela Lusa, PS, PSD, BE, PCP, Verdes e Iniciativa Liberal são favoráveis à manutenção da tradicional sessão parlamentar solene, com graus variáveis de limitações - tal como a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.
O PAN e o CDS defendem outras formas de assinalar a data e o Chega manifesta-se frontalmente contra.
A conferência de líderes parlamentares vai decidir na quarta-feira o modelo das comemorações oficiais do 25 de Abril, que anualmente se assinala com uma sessão solene na Assembleia da República com discursos de todos os partidos, do presidente do Parlamento e do Presidente da República.
À cerimónia associam-se, como convidados, diversas outras personalidades - ex-Presidentes da República, ex-chefes de Governo, juízes do TC e dos supremos tribunais, parceiros sociais, capitães de abril, autoridades militares e corpo diplomático, nomeadamente.
Tudo aponta assim para que a sessão solene se faça sem convidados - excepto o PR, que discursa - e com o número de deputados reduzidos a um quinto (46, quórum mínimo de funcionamento).
O PS reiterou a posição manifestada ao Expresso no final de março, quando a líder parlamentar, Ana Catarina Mendes, se manifestou "a favor da comemoração" na Assembleia, "embora num formato reduzido, cumprindo todas as recomendações da Direção Geral de Saúde".

Na mesma linha, o PSD defendeu esta segunda-feira que a celebração do 25 de Abril "deve ter lugar no plenário da Assembleia da República, com um número muito reduzido de deputados e convidados e que se garanta um espaçamento entre as pessoas nunca inferior a dois metros".
O BE mantém a posição transmitida à Lusa no final de março, quando o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, defendeu a realização da sessão solene no parlamento, mas com menos convidados e menos deputados no plenário.
Na semana passada, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, repetiu a posição da sua bancada: "Que se mantenha a realização da sessão solene do 25 de Abril, com as limitações da composição da sala das sessões que têm sido verificadas nas sessões plenárias e admitindo que possa não haver convidados".
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, juntou-se hoje ao apelo da Associação 25 de Abril, que cancelou o tradicional desfile na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e pediu que os portugueses vão nesse dia à janela pelas 15:00 cantar a "Grândola, Vila Morena", uma das senhas do Movimento das Forças Armadas (MFA) em abril de 1974.