Portugal já terá passado o pico da pandemia, dizem projeções matemáticas

07-04-2020

O número de casos confirmados de Covid-19 em Portugal está abaixo das expectativas das autoridades e dos epidemiologistas. Tem crescido, mas menos do que se antecipava. Será?

Ministra da Saúde e diretora-geral da Saúde na habitual conferência de imprensa sobre os números da pandemia. Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

Ministra da Saúde e diretora-geral da Saúde na habitual conferência de imprensa sobre os números da pandemia. Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

Estamos a sair do pico. O mesmo é dizer que já passámos por ele. É o que indicam os modelos matemáticos de Carlos Antunes, um engenheiro geográfico que aplicou à epidemiologia os modelos matemáticos que utiliza nas projeções relativas a alterações climáticas. E a eficácia das projeções tem surpreendido, por ficarem muito próximas da realidade.

Nesta altura, com os números divulgados na segunda-feira pela Direção-Geral de Saúde (DGS) sobre o novo coronavírus em Portugal, Carlos Antunes assegura que estamos agora numa fase em que veremos os casos a diminuir.

"Já passámos o pico. Ao contrário do que estávamos a calcular em algumas metodologias, o pico terá ocorrido a 31 de março/1 de abril. Porque o número de casos está efetivamente a diminuir", afirma à Renascença.

O modelo matemático que Carlos Antunes utiliza - e que chamou a atenção dos matemáticos que fazem, também eles, projeções para a pandemia de Covid-19 em Portugal - permite a introdução de vários critérios, que determinam com rigor os números dele resultantes.

As projeções são feitas com algum grau de certeza para os próximos cinco ou dez dias e são fundamentais para o planeamento feito pelas autoridades de saúde, que assim sabem antecipadamente quantos mais casos terão de gerir.

"Consegui arranjar um conjunto de critérios que me determinaram com algum rigor esse pico. Eu preciso de, inicialmente, definir a aceleração do número de casos diários e o período do pico. Ao definir isso, eu tenho a curva mais ou menos ajustada. E depois é ir ajustando", explica Carlos Antunes, com os dados diários que vão sendo divulgados.


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